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Entrevista aos R.A.M.P


Com já 20 anos de carreira e donos de um percurso invejável, os R.A.M.P. são um dos grandes nomes do Metal Português. Por isso decidimos entrevistar o vocalista Rui Duarte, que respondeu a várias perguntas colocadas por nós, acerca da carreira da banda e sobre o novo álbum "Visions".



M.I. - Tendo vocês 20 anos de carreira diz-nos quais foram os melhores e os piores momentos da carreira dos RAMP?


Acho que todos os momentos foram importantes no desenvolvimento da identidade colectiva que hoje são os RAMP.


M.I. - Como correu o digressão de promoção do novo álbum "Visions"?

A razão de ser da digressão foi medir o pulso ao verdadeiro público dos RAMP.
Sem técnicas de promoção mirabolantes e assente num contacto muito directo, essencialmente através da internet. A resposta foi muito boa, o que foi um verdadeiro tónico para todos nós.


M.I. - Quando teremos o prazer de ver os RAMP novamente na estrada?

Assim que todas as condições forem criadas nesse sentido (saída do álbum para o mercado).


M.I. - Na digressão de "Visions", ofereceram cópias promocionais do CD na compra dos bilhetes para os concertos, sendo que várias pessoas já o ouviram. Para quando o lançamento oficial do CD?

Muitas pessoas pensaram que esta era apenas uma manobra de diversão, no entanto, foi uma situação genuína, quem realmente queria ter acesso ao VISIONS em primeira mão não foi defraudado. Consideramos que foi a melhor recompensa para quem sempre nos apoiou. Quanto à saída do álbum está nas mãos do nosso Management e só ele poderá responder.


M.I. - Porque escolheram "Visions" para nomear o álbum?

A principal temática dos RAMP é a VIDA, nos seus mais variados e complexos processos de construção e ruptura. VISIONS é aquilo que os RAMP viveram nesta fase das suas vidas, uma busca permanente de compreensão neste ensaio, em que o direito à repetição da acção se baseia, essencialmente, na visão das nossas maiores conquistas e derrotas.


M.I. - "Visions" é a meu ver um trabalho mais pesado do que o anterior "Nude". A que se deve essa mudança?

Tudo tem uma razão…Estes últimos anos das nossas vidas pessoais foram tudo menos pacíficos. Era praticamente impossível este álbum não ser o descarregar de toda a raiva latente que nos rodeava. O facto de ser um álbum negro não se deveu apenas a questões estéticas mas, e acima de tudo, devido a episódios marcantes que nos fizeram questionar muitas coisas.


M.I. - Penso que este "Visions" é o álbum mais variado até à data. Concordas?

Considero que sempre foi um trademark dos RAMP o tentarmos fazer álbuns em que duas ou três músicas não conseguissem mostrar toda a proposta musical desse registo.
Acho que o VISIONS é um álbum bastante variado que deve ser escutado como um todo.


M.I. - "The Cold" é uma das músicas mais potentes que os RAMP fizeram em anos. Esta música pretende transmitir algo em especial?

Esta música encerra uma questão fulcral para todos os elementos dos RAMP.
Não sendo filhos de pais ricos e tendo de lutar pela vida, as escolhas por vezes são muito duras. Penso que o melhor é ouvirem a música, lerem a letra e terão a resposta.


M.I. - A escolha de um de os mais importantes produtores a nível internacional o Daniel Bergstrand para as misturas deste álbum foi uma aposta forte para este registo. Porque o escolheram? Ficaram completamente satisfeitos com o seu trabalho?

A razão da escolha do Daniel Bergstrand prendeu-se com o facto de ser alguém que partilha uma visão do metal na qual nos revemos. É um produtor que além de construir uma muralha sonora, crua e potente não tem medo de arriscar. Com uma experiência invejável em diferentes quadrantes do metal, é uma pessoa extremamente colaborante e com um método de trabalho muito simples.

O primeiro contacto com o material do VISIONS não poderia ter corrido melhor. Um elogio do próprio foi bem-vindo e o facto de considerar os RAMP como algo de diferente foi recebido com igual agrado. Considerou a proposta musical como bastante diversificada e temas como Single Lines, Shell e o Dusk (o qual chamou de True Hit Song) não o deixaram de maneira nenhuma indiferente.
Agarrou na visão que pretendíamos para este disco e misturou os RAMP com o maior nível de garra nas guitarras até à data.
Acho que a escolha dificilmente poderia ter sido diferente.


M.I. - Escutando os vossos álbuns nota-se que a vossa intenção é evoluir a nível musical de álbum para álbum, fazendo sempre coisas diferentes, ou seja, não têm duas músicas nem dois álbuns iguais. É uma preocupação vossa evoluírem e nunca se repetirem ou é algo que acontece de forma natural?

Tal como referi anteriormente, acaba por ser uma trademark nossa.
Aliás por vezes convenço-me que para algumas pessoas acaba por ser confuso.

Onde podemos encaixar os RAMP?
Possivelmente se tivéssemos nascido nos Estados-Unidos era considerado uma bênção…na Europa, possivelmente uma maldição.


M.I.- Num próximo álbum irão dar espaço ao novo elemento Tó Pica para compor?

Os RAMP sempre deram liberdade criativa a todos os seus elementos. Por isso, espero que o Pica possa contribuir para o nosso desenvolvimento a nível musical.


M.I.- As letras que escreves são inspiradas em experiências pessoais ou vais buscar inspiração a outros lados?

Essencialmente em experiências pessoais.


M.I.- Penso que a tua voz é um instrumento bastante versátil e importantíssimo na sonoridade dos RAMP, o que mais uma vez foi demonstrado neste novo trabalho. Tens alguma preocupação especifica para manteres a tua voz em boa forma depois de tantos anos a cantar?

Já tive mais cuidado do que hoje em dia. Cometo muitos pecados, mas para mim o mais importante é uma boa noite de sono.


M.I.- Vocês ao longo da vossa carreira abriram para grandes nomes do metal mundial. Quais foram as bandas com quem mais gozo vos deu tocar?

Todas. No entanto não posso negar que Metallica e Motorhead foram um sonho tornado realidade.


M.I. - Os RAMP em 20 anos de carreira atingiram várias coisas, como por exemplo o reconhecimento da banda como um dos maiores nomes do metal nacional. Há algum objectivo que pensas que poderiam ter atingido e ainda não conseguiram?

Viver apenas a fazer aquilo que mais nos motiva: a música que gostamos.




M.I. - Visto que os RAMP têm tantos anos de carreira, vêem-se a continuar por mais 20 anos?


Segundo o ultimo oráculo que li essa questão não tinha uma resposta concreta.
Apenas posso citar e adaptar Sérgio Godinho: “Hoje é o primeiro dia do resto das nossas vidas”

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Entrevista por Mário Rodrigues